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OPINIÃO: A arrogância como inimiga. Lições de campanhas e gestão pública na comunicação social
Data de Publicação: 14 de abril de 2025 21:06:00 Exemplos de resultados da arrogância e incompetência nos dois anos do governo Lula e de campanha em Goiás podem ensinar a gestores públicos. Inclusive alguns “folgados” da comunicação do Governo da Bahia.
Por Antônio Oliveira
Cena um
Em 1999, trabalhei na primeira campanha do então deputado federal Marconi Perillo para o governo de Goiás. Eu era repórter de rádio. Era uma verdadeira batalha de Davi contra Golias, do tostão contra o milhão. Marconi iniciou a campanha com praticamente nada, enfrentando Iris Rezende – ex-vereador de Goiânia, ex-deputado federal, ex-senador, ex-ministro da Justiça e da Agricultura, e muito popular. Iris liderava com mais de 80% das intenções de voto. Enquanto fazia a campanha de jatinho, Marconi se deslocava de carro e tinha dificuldades até para abastecer a van que transportava sua equipe de campanha.
Marconi seguia determinado e humilde, apesar de poucos acreditarem em sua viabilidade político-eleitoral para o Executivo goiano frente a um adversário tão forte quanto Iris Rezende, cuja equipe de assessores já contava com a vitória, demonstrando uma arrogância evidente.
No entanto, conforme a eleição de primeiro turno se aproximava, Marconi começou a crescer nas pesquisas, quase encostando no adversário, o que lhe permitiu chegar ao segundo turno. Nesse momento, superou Iris e sagrou-se vitorioso.
Após a campanha, retornei para a Rádio K do Brasil, de onde eu saí para a campanha.
Três meses depois, a produção de jornalismo da rádio descobriu que Iris, que havia se refugiado em sua fazenda no interior de Goiás, estava no diretório do PMDB, seu partido, e me pautou para entrevistá-lo. Fui até lá e, ao encontrá-lo, ele recusou a entrevista, alegando que ainda estava muito abatido.
Com persistência, consegui que ele me respondesse uma pergunta, pedindo para não gravar, mas sem pedir off.
— Governador, o senhor perdeu para a arrogância de seus assessores?
— Sim, a arrogância de alguns de meus assessores me derrotou — foi a resposta dele.
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Governador manda Marcos Vínícios para Secom, na expectativa de
melhorar a comunicação do governo (Foto: Governo da Bahia)
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Cena 2
O bom senso e o equilíbrio político e jornalístico permitem afirmar que o terceiro governo do presidente Lula entrou no terceiro ano com uma avaliação que oscila entre bom e regular, apresentando desempenho bem melhor do que o do seu antecessor – e não vai aqui, da minha parte, nenhuma manifestação partidária e de menosprezo do ex-presidente Jair Bolsonaro. É minha opinião. No entanto, persistiram problemas como a arrogância, a falta de comunicação e humildade de vários ministros e assessores, além de uma Secretaria de Comunicação Social (Secom) que, embora mais atuante, carecia de experiência.
Diante do declínio de sua popularidade, o presidente Lula decidiu trocar o titular da pasta da comunicação social, nomeando um dos mais competentes profissionais de marketing do Brasil, o baiano Sidônio Pereira. Ele está se esforçando ao máximo para comunicar de forma clara as realizações do governo, buscando, assim, evitar que a embarcação do governo naufrague em 2026.
Cena 3
Com bom senso, visão crítica e equilíbrio no exercício da crônica política, tanto partidária quanto científica, os governos baianos de Jaques Wagner e Rui Costa não foram excelentes, mas oscilaram entre o regular e o bom. Houve muitos avanços, inclusive para a região oeste da Bahia, frequentemente esquecida nos governos carlistas.
"A arrogância pode ser a ruína de quem se julga invencível; a humildade é o caminho para a verdadeira vitória."
O atual governador, Jerônimo Rodrigues, assumiu a gestão com a máquina pública em boa situação e, por sua vez, tem realizado um bom governo, mantendo a atenção do Partido dos Trabalhadores voltada para o oeste da Bahia. Ele é um governador presente, que não se apega ao gabinete.
Contudo, assim como Iris na cena 1 e Lula na cena 2, ele pode naufragar por excesso de arrogância, falta de humildade e a apatia de assessores de comunicação lotados na Secretaria de Comunicação (Secom) estadual e em algumas pastas do governo.
Eu tenho sido protagonista desta cena 3 e escrevo este artigo como um alerta. Já recorri até à Ouvidoria Geral do Estado, que encaminhou o problema à Ouvidoria da Secom, e "tudo ficou como antes, como no quartel de Abrantes". Faço isso por respeito e consideração aos propósitos do governador Jerônimo, ao tempo que exigem respeito ao meu trabalho de mais de duas décadas de trabalhos prestados ao oeste da Bahia, sem contar mais quase 30 em outra circunstância.
E-mails e mensagens de WhatsApp com pedidos de informações ou entrevistas não são respondidos por um destinatário, ou todos que receberam cópias (já que um não responde). É como aqueles três macaquinhos que simulam não ver, não ouvir e não falar – e, muitas vezes, essa é a realidade. Tanto na Secom quanto em algumas pastas.
Essa falta de resposta é desrespeitosa, especialmente considerando que se trata de um site voltado para os agronegócios do MATOPIBA, região que inclui o oeste da Bahia. E não ando em direção do Centro Administrativo da Bahia (CAB), em busca de publicidade pago. Se é que meu site é um bom canal de divulgação para o governo baiano. Tenho ido atrás de informação de interesse público.
Alguém pode argumentar: “Ah, mas isso é um caso isolado”. Que seja, ainda assim, continua sendo amadorismo e uma falta de respeito e consideração por um veículo com história na região. Se isso acontece com um, certamente pode acontecer com outros.
Com a palavra, e com todo meu respeito e expectativa de que seja compreendido – e resolvido este problema de gestão - , Sua Excelência Marcus Vinicius Di Flora. Acredito na vossa competência e não acredito que o cenário supracitado é do vosso conhecimento.
Sem mais.
Campanha eleitoral, Arrogância, Comunicação, Política, Governança, Lula, Marconi Perillo, Jerônimo Rodrigues, Secom, Humildade
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