Odacil Ranzi, Carlos Abdon e Pablo Barrozo (Foto: Antônio Oliveira)

Por Antônio Oliveira

Contrariamente ao que dizem os adversários do Agronegócio brasileiro, o setor, na maior parte – a parte menor é formada por aventureiros, imediatistas -, além de estar alinhado às altas tecnologias, principalmente desenvolvidas pela respeitada e querida Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, planta e cultiva à luz da responsabilidade social e ambiental, o que chamamos de sustentabilidade. A responsabilidade social se dá porque a empresa entende que seus colaboradores são seu maior patrimônio e que, sem eles, não há execução de seus projetos e, consequentemente, não há safra. A responsabilidade ambiental é fundamental, pois sem o equilíbrio e o respeito ao meio ambiente, o futuro e as perspectivas de todo o projeto tornam-se incertos e podem resultar em terra infértil – sem produção, sem renda. Junte-se a isso as boas práticas de gestão, ou governança, e a contrapartida às sociedades urbanas onde se insere. Isso é o que chamamos de ESG (critérios Ambiental, Social e de Governança), um conceito cada vez mais utilizado e até exaltado como marketing nos dias atuais.

Alguns funcionários e integrantes do grupo de estudo da fazenda, "Corujas do Pomar" (Foto: Antônio Oliveira)

Na minha carreira profissional como jornalista de agronegócio, que abrange mais de 40 anos, dos quais 23 como empresário da comunicação social, com foco na agricultura empresarial e na agricultura familiar (tudo é agronegócio; ninguém produz apenas para comer), conheço fazendas cujo padrão de vida oferecido aos seus colaboradores é bem melhor do que o oferecido pelo comércio, pela indústria e pelos serviços nas cidades. Essas fazendas contam com boas residências, academias, restaurantes bem estruturados e com nutricionaistas, atendimento médico, bibliotecas e outros benefícios para o pleno bem-estar dos colaboradores, além de projetos extensivos às cidades em que estão inseridas.

A solenidade foi bem concorrida (Foto: Antônio Oliveira)

Contudo, o agronegócio brasileiro ainda não aprendeu a se comunicar (às vezes, isso acontece até porque não quer despender investimentos ou por comodismo). Ele não informa sua verdadeira realidade para as pessoas, academias e escolas das cidades. Ou seja, não sabe se comunicar e fazer seu marketing; assim, está sempre levando “pau” e tendo sua imagem cada vez mais maculada, tanto nacional quanto internacionalmente.

Os poetas, são de uma das classes dos artistas e da intelectualidade, que mais tem ojeriza ao Agro e sequer sentam para ouvir uma explicação didática sobre a dinâmica do Agro, porque a soja, tão combatida, é importante nos campos de todo o planeta; que o Agro melhora e constrói cidades Brasil a fora; gera empregos e renda onde está ativo; que a terra e a água precisam, de forma sustentável, claro, produzir alimentos, fibras e biomassa para alimentar e gerar bem estar à humanidade.

Irmãos maçons do autor marcaram presença (Foto: Antônio Oliveira)

Mas, surpreendentemente, saiu entre os poetas, no Cerrado baiano, região onde, há anos, predominam a responsabilidade socioambiental e boas práticas de governança – a ESG – um livro, cujo conteúdo é de poesias baseadas na sustentabilidade social, ambiental, boas práticas agrícolas e política de boa vizinhança com as cidades, sobretudo na comunidade onde se insere. As poesias cantam desde o cultivo, passando pelo manejo, culminando na colheita; na harmonia e bem-estar e incentivo ao crescimento humano de seus colaboradores e os reflexos positivos no socioeconômico das comunidades vizinhas. É um encanto de livro, é uma explosão da ESG em forma de poesia. O livro é ambientado na Fazenda Pomar do Nordeste (produção de bananas), localizada no Perímetro de Irrigação da Codevasf no distrito de São José do Rio Grande, no município de Riachão das Neves, no oeste da Bahia. A fazenda pertence ao grupo Passo Fundo Agro, que tem como sócio o empresário Odacil Ranzi, bem conhecido e querido na região pelo seu espírito humilde, fraternal e humanitário.

Odacil Ranzi fala sobre suas trajetória empresarial e seu espírito humanitário (Foto: Antônio Oliveira)

"Um pomar de pesias (Editora Selo Editorial Independente) traz, em sua abertura, quatro textos-crônicas de apresentação. Este, assinado por seu autor, Carlos Abdon Quirino; “A Visão do Gestor”, por Jeniel Marcos Ely; “Impressões Poéticas sobre ‘Um Pomar de Poesias’”, por Jean Lucas Vinhas Medeiros de Carvalho; “Impressões de uma Leitora”, assinado por Marilde Guedes, professora, escritora e atual presidente da Academia Barreirense de Letras; e o prefácio, assinado por Sandro da Fonseca Barbosa, funcionário público do Estado da Bahia.

Desses textos, dois me chamaram a atenção e refletem o contexto do agronegócio, sua responsabilidade social e o livro em questão.

De Marilde Guedes, parafraseando Carlos Drummond de Andrade:

“Eu quisera ver o mundo sustentável
As relações humanas mais humanizadas
Os espaços de trabalho altamente sociáveis
Os sonhos dos trabalhadores realizados.

Eu queria ver a vida em plenitude
Fazendas mil a exemplo da Pomar do Nordeste
Pomares se profissionalizando com conhecimento humano
Poetas vislumbrando a vida, porque seus sonhos se tornaram reais.”

É a essência da Fazenda Pomar do Nordeste e de seus empreendedores. Minha confreira foi muito feliz nessas colocações.

De Jeniel Marcos Ely:

“... redefinimos nossas metas e, acima de tudo, criamos uma filosofia: parar de se preocupar apenas em cultivar banana, de se preocupar apenas com a produção e passar a gerenciar um negócio. Isso fez com que a produção do fruto não fosse mais a prioridade e passou a ser uma consequência. O objetivo principal deixou de ser apenas o resultado final e passou a ser a Gestão Humana.”

É a essência de uma gestão humanizada.

Abdon, o poeta, interpreta "O vendedor de bananas", letra de Jorge Ben Jorge e imortalizada pelo grupo Os Incriveis (Foto: Antônio Oliveira)

Lançamento
O livro foi lançado em uma noite memorável neste sábado, 17, no salão de eventos da Loja Maçônica Templo de Salomão, em Barreiras. Contou com a presença de irmãos maçons do autor, escritores, entre os quais a presidente da Academia Barreirense de Letras, Marilde Guedes; funcionários da Pomar do Nordeste/Grupo Passo Fundo Agro; autores dos textos de apresentação da obra e os proprietários da Pomar do Nordeste/Grupo Passo Fundo Agro, o casal Odacil e Ediana Ranzi, além do secretário de Agricultura da Bahia, Pablo Barroso, entre outros convidados.

Autores dos textos de apresentação falaram da tribuna e alguns funcionários da fazenda falaram, narrando suas experiências de vida e de profissão, e leram poesias dedicadas a eles. Este editor falou da importância da obra para a desmistificação do agronegócio e do espírito humanitário de Odacil Ranzi, que, por sua vez, compartilhou sua vivência no Cerrado baiano, após chegar à região, há mais de 40 anos, oriundo do Sul do Brasil.

Por fim, o autor Carlos Abdon discorreu sobre o desenvolvimento da obra e agradeceu a todos que de forma direta e indireta contribuíram para a materialização do livro.

 

O poeta Carlos Abdon, o jornalista Antônio Oliveira e o empresário Romero Amorim (Foto: Antônio Oliveira)

 

Secretário de Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo e Romero Amorim (Antônio Oliveira)

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