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SOJA RESPONSÁVEL – Guia ensina como garantir a sustentabilidade na cadeia de suprimento

SOJA RESPONSÁVEL – Guia ensina como garantir a sustentabilidade na cadeia de suprimento

Data de Publicação: 4 de novembro de 2022 11:43:00 O Guia traz exemplos práticos para evitar a compra de soja e derivados provenientes de áreas desmatadas #soja responsável #cadeia de suprimento #cadeia da soja #guia

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Redação

No mercado de commodities agrícolas, cada vez mais, as empresas compradoras de soja e produtos derivados buscam parceiros comerciais comprometidos com o desmatamento zero e o respeito aos direitos humanos.

Para ter acesso ao detalhamento desses dados, é preciso observar cuidadosamente os relatórios de sustentabilidade e de progresso das traders, o que nem sempre é tarefa fácil pelo volume e complexidade das informações apresentadas. No apoio a esse desafio do mercado, a The Nature Conservancy (TNC) Brasil e o Imaflora elaboraram o Guia para a cadeia de valor da soja: interpretando os relatórios de progresso de traders para compras livres de desmatamento e de conversão.

Em julho, a mesma iniciativa produziu um guia que compila os indicadores e as evidências necessárias para se reportar o volume de soja sobre os mesmos temas: soja livre de desmatamento e de violação a direitos humano. Neste momento, as traders foram o público-alvo.

A proposta, agora, é que este segundo guia ajude as empresas com perguntas-chave e recomendações práticas para que possa ser avaliado não apenas o nível de transparência relatado por seus fornecedores no progresso da implementação de seus compromissos, mas, principalmente, ajude a entender o risco associado ao desmatamento e violação de direitos humanos no produto que estão comprando.
A gerente global da Estratégia Zero Conversão da TNC, Melissa Brito, destaca que um dos pontos mais importantes é a observação sobre a origem da soja comercializada. Isso significa conhecer todos os elos da cadeia, incluindo fornecedores diretos e indiretos.

- Os relatórios de progresso das traders devem apresentar a metodologia e as evidências necessárias para fundamentarem os números sobre desmatamento zero em suas cadeias de originação, incluindo informações sobre a gestão e o monitoramento de fornecedores indiretos. Existe a percepção que o Brasil consegue atender as demandas de mercados e empresas mais exigentes com soja originada em áreas que foram convertidas há décadas, deixando a soja com desmatamento recente para mercados menos exigentes. Mas a nova tendencia é que compradores busquem soja preferencialmente com traders que garantam a originação livre de desmatamento em toda sua operação – diz Melissa Brito.

O coordenador de projetos sênior do Imaflora, Lisandro Inakake, reforça a importância da reunião das informações sobre boas práticas, de forma a facilitar a criação e interpretação dos relatórios e contribuir com a transparência da cadeia da soja, do cultivo à comercialização final.

- Nesse sentido, o Guia traz orientações sobre quais informações são essenciais para entender se o fornecedor de soja ou derivados adota as medidas adequadas para garantir a venda da commodity livre de desmatamento e sem violação de direitos humanos. São perguntas que a empresa compradora deve se fazer ao analisar os relatórios de sustentabilidade e progresso - explica.

Inakake finaliza: 

- A fonte utilizada para classificar a soja originada como livre de desmatamento é fundamental para entender a qualidade da informação divulgada no relatório de progresso".

Referência

O Guia traz exemplos práticos para evitar a compra de soja e derivados
provenientes  de áreas desmatadas (Foto: Antônio Oliveira/Cerrado Comunicação)

 

. De forma resumida, os especialistas recomendam:

  • Observar o conceito de soja livre de desmatamento e conversão (DCF) que a trader está assumindo.
  • Verificar se o percentual de soja DCF apresentado no relatório de progresso é relativo ao total originado pela empresa.
  • Conferir se a informação apresentada se aplica a fornecedores diretos e indiretos.
  • Entender se o relatório é sobre toda a soja comercializada ou foi definido um escopo baseado em análise de risco.
  • Analisar como a trader atesta o status de soja DCF e como monitora a cadeia de fornecimento.
  • Certificar-se que o relatório consegue demonstrar progresso em relação ao compromisso de soja livre de desmatamento.
  • Comprovar se a empresa possui uma política de respeito aos direitos humanos aplicável à cadeia de fornecimento.
  • Averiguar quais temas estão contemplados em relação aos direitos humanos.
  • Entender como é realizada a análise de impactos sobre direitos humanos na cadeia de fornecimento.
  • Examinar se há informações sobre como a trader procede em caso de identificação de impactos negativos sobre direitos humanos.

Lançamento

O lançamento do guia ocorreu nesta quinta-feira, 3 de novembro, durante o webinar "Soja na Linha -- Como Ler e Interpretar Relatórios de Progresso". Quem perdeu a transmissão pode acessá-la pelo Youtube. As versões em inglês e português do documento estão disponíveis no site Soja na Linha.

Imaflora

Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país.

TNC

The Nature Conservancy (TNC) é uma organização global de conservação ambiental dedicada à proteção das terras e águas das quais toda a vida depende. Guiada pela ciência, a TNC cria soluções locais inovadoras para os principais desafios do mundo, de forma que a natureza e as pessoas possam prosperar juntas. Trabalhando em 76 países, a organização utiliza uma abordagem colaborativa, que envolve comunidades locais, governos, setor privado e a sociedade civil. No Brasil, onde atua há mais de 30 anos, o trabalho da TNC concentra-se em solucionar os complexos desafios de conservação da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica a partir de uma abordagem sistêmica, com foco na implementação e geração de impacto, para mitigar as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.

*Fonte: Ascom/TNC.

 

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