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Pesca e Aquicultura: Gregolin é o grande nome para a pasta, mas pode tropeçar nos interesses partidários

Pesca e Aquicultura: Gregolin é o grande nome para a pasta, mas pode tropeçar nos interesses partidários

Data de Publicação: 16 de dezembro de 2022 19:20:00 “Minha opinião pessoal é que o Ministério da Pesca e Aquicultura, pelo fabuloso crescimento da piscicultura, e os problemas a serem resolvidos na pesca e nos demais segmentos da aquicultura, deve ser criado, sim. Mas...” #pesca e aquicultura #transição #novo ministro #ministério da pesca #secretaria da pesca

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Por Antônio Oliveira

Durante e pós os trabalhos da transição de governos, tenho sido questionado se o Ministério da Pesca e Aquicultura será recriado ou se estes dois setores, em termos de políticas públicas, serão mantidos sob o comando do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). E mais ainda: se o ex-ministro da Pesca e Aquicultura, durante o segundo Governo Lula, e coordenador do Grupo de Transição de Pesca, Altemir Gregolin, será o ministro ou secretário desta pasta no terceiro Governo de Lula, que terá início no próximo dia 1º.

Minha opinião pessoal é que o Ministério da Pesca e Aquicultura, pelo fabuloso crescimento da piscicultura, e os problemas a serem resolvidos na pesca e nos demais segmentos da aquicultura, deve ser criado, sim. E, desta forma, saindo dos cantos do Mapa e deixando de ser sobra de orçamento e o Gregolin o assumindo por seu profundo envolvimento com os dois setores, desde quando deixou o extinto ministério, sendo, atualmente, uma das lideranças brasileiras que mais conhecem os problemas e os sucessos da pesca e aquicultura no Brasil. É bem relacionado, também, embora tenha sofrido discriminação por ser lulopetista. Não sendo recriada esta pasta, que a Secretaria da Aquicultura e Pesca tenha status de ministério, em estrutura e orçamento, e o Gregolin sendo o seu titular pelos motivos supracitados.

Porém, esclareço para quem me pergunta que, em política, nem sempre se segue a lógica e a técnica. As pressões de partidos e grupos e, muitas vezes, a necessidade de se manter a governabilidade, muda tudo e acaba prevalecendo os interesses muito aquém da realidade técnica.

Gregolin sempre foi muito próximo de Lula, de quem foi ministro e é conselheiro
para assuntos de pesca e aquicultrura (Foto: Secom/Planalto)

 

Aliás, dias destes conversando com uma das lideranças da piscicultura no Brasil, membro da Câmara de Pesca e Aquicultura, da Fiesp, ela me disse que quase todos os membros desta câmara assinaram uma moção de apoio ao nome de Altemir Gregolin para o Ministério ou para a Secretaria de Aquicultura e Pesca. Eles temem que os setores – pesca e aquicultura -, no Governo Federal, caiam em mãos de algum político-partidário sem nenhum conhecimento de causa.

Aí eu me lembro do Marcelo Crivela, no Governo de Dilma Roussef. Foi um desastre e uma comédia. Não queremos isto novamente. De forma alguma, os setores em foco merecem respeito.

E vou mais longe: gostaria de ver no recriado Ministério um departamento de desenvolvimento da piscicultura – ou da aquicultura no seu todo- chefiado por algum dos líderes da Associação Brasileira de Piscicultura. Francisco Medeiros ou  Ricardo  Neukirchner, como dois dos expoentes da PeixeBR e alguém da Associação Brasileira da Indústria da Pesca, para coordenar o departamento ligado a pesca. O problema é se compensa deixar a iniciativa privada em segundo plano e assumir tamanha responsabilidade na gestão pública.

É esperar e eu espero com expectativa, ciente que a pesca e a aquicultura brasileiros merecem mais respeito do Planalto Central.

E não pensem que estou jogando confetes e serpentinas para agradar a galera de cima. Quem me acompanha há décadas sabe que não sou de puxar saco. Sou técnico e não faço questão de cainhas bonitas e nem tenho medo de caras feias para o meu lado.

Pronto, falei!

 

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