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Com mercado aberto, Brasil busca vender algodão ao Egito

Com mercado aberto, Brasil busca vender algodão ao Egito

Data de Publicação: 30 de janeiro de 2023 14:46:00 Diante da porta aberta, o setor deve fazer alguma ação de promoção comercial no Egito nos primeiros meses deste ano, de acordo com o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel #brasil árabe #algodão brasileiro #algodão do brasil no egito

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Da ANBA

Os produtores brasileiros têm como objetivo responder por 20% da demanda do algodão importado pelo Egito nos próximos dois anos e se organizam para ir em busca dessa fatia ainda no primeiro semestre deste ano. A meta foi estipulada pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) após o mercado egípcio ter sido aberto para o algodão brasileiro neste mês. Na prática, isso significa que Egito e Brasil fizeram acordo fitossanitário que definiu as regras para o fornecimento do algodão brasileiro ao país árabe.

Diante da porta aberta, o setor deve fazer alguma ação de promoção comercial no Egito nos primeiros meses deste ano, de acordo com o presidente da Abrapa,

Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa (Foto: Claudio Neves)

 

Segundo Schenkel, isso já é feito em outros países junto com as embaixadas brasileiras e os adidos agrícolas e o mesmo deve ser realizado no Egito. O segmento quer mostrar a qualidade do algodão brasileiro, a rastreabilidade da produção e a confiabilidade do fornecimento.

O Egito é um importante produtor de algodão, mas o país cultiva especialmente o produto de fibra longa e extralonga, que é premium. Já o Brasil produz o algodão de fibra média.

- O Egito importa em torno de 120 mil toneladas ao ano, nós queremos atingir em torno de 25 mil toneladas - afirmou Schenkel à ANBA sobre a perspectiva de atender o país com cerca de 20% do que ele importa.

O presidente da Abrapa afirma que essa tem sido a experiência brasileira ao entrar em novos mercados: conseguir uma fatia de 20% das importações, em alguns casos até 50%.

Schenkel acredita que a indústria egípcia utilizará o algodão brasileiro, de fibra média, para fazer blend com o seu algodão de fibras mais longas, e pensa que é possível até responder por mais que 20% das compras internacionais egípcias do algodão.

- Vai depender de nós, de eles gostarem do nosso produto. Nós podemos atendê-los bem - afirma.

O presidente da Abrapa lembra que os períodos de colheita no hemisfério norte (onde estão Egito e Estados Unidos, que são produtores) e sul (onde está o Brasil) são diferentes.

- A gente pode entrar na outra metade do ano com o nosso algodão - afirma o presidente.

O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o quarto maior produtor mundial. Diferente de outros países, no entanto, o Brasil tem colheita para atender a demanda interna e ainda exportar. Em dezembro, por exemplo, o país exportou 175,7 mil toneladas de algodão. No acumulado do atual ano comercial para o setor, de agosto a dezembro, a exportação somou 952,1 mil toneladas e teve alta de 14,6% em relação ao mesmo período da temporada anterior.

Brasil é segundo maior exportador de algodão

A abertura do mercado egípcio, que foi anunciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, era um pedido dos produtores brasileiros em função da importância da produção têxtil no país árabe.

- O governo, a parte diplomática, o Ministério da Agricultura vieram trabalhando para viabilizar - afirmou Schenkel para a ANBA. A demanda era antiga, mas foi reforçada nos últimos três anos, segundo o presidente da Abrapa.

Ele diz que o Brasil vem promovendo o algodão mundo afora há 20 anos e acredita que as informações sobre a produção brasileira e sua credibilidade chegaram no Egito em função disso também. Schenkel afirma também que os brasileiros vão cumprir as exigências fitossanitárias dos egípcios.

- Como nós exigimos alguns controles fitossanitários para entrar aqui no Brasil, a gente tem que respeitar o controle fitossanitário dos outros países - afirma.

Schenkel faz questão de afirmar quão confiável é o Brasil nas entregas e diz que o País é fornecedor estratégico.

- Nós somos cumpridores de contratos e queremos mostrar a viabilidade logística - fala o presidente da Abrapa.

Ele afirma que o Brasil atingiu qualidade tão boa quanto dos seus concorrentes, como os Estados Unidos, e que o País tem a produção em regiões menos suscetíveis a crises hídricas e climáticas do que os norte-americanos. Mesmo com alguma queda na safra, os brasileiros conseguem exportar algodão. O Brasil produz ao redor de 2,6 milhões de toneladas e tem demanda nacional de cerca de 700 mil toneladas. Na missão prevista, ainda sem data definida, os brasileiros devem apresentar essas características do setor.

*Agência de Notícias Brasil-Árabe.

 

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