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CERRADO BAIANO – Redução de safra não deve ser tão grande como anunciam outras regiões

CERRADO BAIANO – Redução de safra não deve ser tão grande como anunciam outras regiões

Data de Publicação: 21 de fevereiro de 2024 15:46:00 A região enfrentou a crise climática provocada pelo fenômeno El Niño, assim como as outras regiões do Brasil, contudo, conforme a área de agronegócios da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), não há previsão de grandes perdas. A previsão está em 67% sacas em média por hectare

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A redução da produtividade da soja no Cerrado baiano deve ser pequena (Foto: Antônio Oliveira)

 

Por Antônio Oliveira

Se em alguns estados, a exemplo do Mato Grosso e outros do Sul e Sudeste do país, contabilizam quebra significativa da safra de grãos, principalmente de soja, neste ano safra de 2023/2024, na região do MATOPIBA, formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a situação, conforme lideranças do setor, a redução de safra, devido as condições climáticas durante o plantio e ciclo do grão, não será tão grande, mesmo porque em replantio e na normalidade das chuvas, houve recuperação de áreas perdidas. A redação do Centro-Oeste Farm News, site da Cerrado Editora, Comunicação e Eventos, conversou com alguns desses líderes, sobretudo da Bahia, Maranhão e Tocantins. Nesta matéria dá destaque para a Bahia.

No Cerrado baiano, conforme Aloísio Junior, gerente de Agronegócios da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) entidade com atuação mais no oeste e sudoeste da Bahia, levantamentos preliminares – no início da safra -, foi estimado o plantio de uma área de soja em torno de 2 milhões de hectares

- Como uma metodologia adotada pelo nosso conselho técnico na primeira estimativa de safra - manter nas previsibilidades a melhor média (safra anterior) - nossa estimativa inicial foi em torno de 67 sacas por hectares, e uma produção em torno de 8 milhões de toneladas – disse ele.

Contudo – segue o profissional -, após as adversidades enfrentadas no início da safra, por conta do fenômeno climático El niño, associada à altas temperaturas e atividades de replantio, o desempenho produtivo em avaliações preliminares parciais, provavelmente ficará um pouco abaixo, quando comparado a safra passada.

Mas, ainda conforme Aloísio Junior, os números preliminares serão levantados em reunião do conselho técnico da AIBA, na próxima semana, quando se validarão as informações colhidas em campo.

O técnico disse ainda que devido as adversidades climáticas, óbvio que haverá uma redução nos indicadores de produtividade, mas não na dimensão da anunciada por outros estados do Centro-Oeste, do Sul e do Sudeste.

- As primeiras áreas que estão em processo de colheita (áreas irrigadas) estão com médias de produtividade um pouco abaixo às médias observadas da safra passada. Contudo temos ainda 5% da área colhida e os indicadores poderão mudar.

Conselho técnico da AIBA (Foto: Ascom/AIBA)

Safrinha

Conforme o técnico, no oeste da Bahia, existe safra regular em períodos bem definidos (sequeiro/ milho verão), o outro período de cultivo é o milho safra (irrigado/inverno).

- Perspectiva para produtividade milho verão, área de 110 mil ha, produção esperada é de 1,7 milhão de toneladas e o milho inverno a área é de 25 mil ha, com produção em torno de 456 mil toneladas.

Quanto a polêmica em torno da safra nacional, com números levantados por várias consultorias e assessorias de todo o Brasil – dados de dezembro - que vão de 158  milhões de toneladas apontadas pelo Rabobank; 156 milhões de toneladas pela Abiov e USDA; 149 milhões da Conab e 135 milhões da Aprosoja Brasil, Aloísio Junior opina que “é necessário aguardar dados mais consolidados e representativos de campo para uma avaliação mais representativa.”

Dados de campo

Dados levantados pela AIBA e publicados em seu boletim de safra do último dia 19, apontam estimativas, até o momento, da safra 2023/2024 na região. Conforme o informe técnico, a região cultiva 2 milhões de hectares de grãos, com previsão de 8,060 milhões de toneladas; produtividade média de 67 sacas por hectare; 35% da produção já comercializados e valor atual da saca de soja em R$ 102,27.

Ainda conforme o boletim da AIBA, com base nos resultados de colheitas obtidos até agora, é possível trazer dados parciais da operação na região. “A expectativa para esta semana é que sejam colhidas novas áreas, correspondente um total de 100.000 ha. O andamento da atividade está condicionado às condições climáticas, que apontam chuvas durante a semana e poderão retardar o andamento da operação. As médias de produtividade das áreas irrigadas continuam abaixo das médias registradas no mesmo período do ano passado, com registros em torno de 74 sc e 78 sc/ha.”

Milho

Ainda conforme o boletim técnico da AIBA, a cultura de verão do milho tem área de 110 mil hectares, com previsão produtividade de 180 sacas por hectare e produção de 1,782 milhões de toneladas.

Já o milho inverno irrigado tem área de 25 mil hectares, produtividade de 180 sacas por hectare e produção de 456 milhões de toneladas. De ambas culturas já foram comercializados 5% da produção ao preço de R$ 62, 50 a saca (preço da última segunda-feira, 19 de fevereiro).

Dados gerais da safra 2023/2024

Soja, com 2 milhões de hectares, 7,5% a mais que na safra passada.

Algodão, 312 mil hectares, 2,3% superior ao plantado na safra passada.

Milho, 135 mil hectares, 38% a menos em relação a safra passada.

Sorgo, 190 mil hectares, alta de 12% em relação a temporada anterior.

A região planta também, entre outro culturas, o café, o trigo e o cacau.

 

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