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CBA 2024 - Cenário global e eleitoral nos EUA marcam discussões no 14º Congresso Brasileiro do Algodão

CBA 2024 - Cenário global e eleitoral nos EUA marcam discussões no 14º Congresso Brasileiro do Algodão

Data de Publicação: 4 de setembro de 2024 16:01:00 Economistas destacam impactos das decisões do FED e Banco Central, além das eleições nos EUA, sobre o mercado do agronegócio, com foco na exportação de algodão.

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 Economistas destacam impactos das decisões do FED e Banco Central, além das eleições nos EUA, sobre o mercado do agronegócio, com foco na exportação de algodão.

 

Da redação

A expectativa para as próximas reuniões do Federal Reserve (FED) – o banco central dos Estados Unidos - e do Banco Central do Brasil, marcadas para o dia 18, e o desenrolar da eleição presidencial nos Estados Unidos foram o pano de fundo das discussões sobre os cenários macroeconômicos global e doméstico, na manhã desta quarta-feira (4), durante o 14º Congresso Brasileiro do Algodão (14º CBA), realizado em Fortaleza, no Ceará. A Plenária Master dedicada ao tema “Macroeconomia e Tendências do Mercado Financeiro para o Agronegócio”, mediada pelo jornalista da CNN, Caio Junqueira, contou com a participação de economistas-chefes de importantes instituições financeiras: Marcelo Rebelo, do Banco do Brasil; Maurício Une, do Rabobank; e André Nunes, do Banco Cooperativo Sicredi, além do diretor de Agronegócio do Banco Itaú/Unibanco, Pedro Fernandes.

As expectativas que afetam o agronegócio, como demandas de preço e questões internas e externas que impactam o setor, foram destacadas pelo mediador, que provocou os convidados sobre as perspectivas para a chamada Super Quarta, nome dado ao dia em que o Banco Central e o FED divulgam suas taxas de juros simultaneamente. A estimativa consensual entre os debatedores é que, nos Estados Unidos, haja uma redução na taxa, devido à desaceleração da economia, enquanto, no Brasil, deve ocorrer uma alta, por conta da preocupação com o aumento da inflação, refletindo os momentos distintos das economias dos dois países. A partir desses movimentos, os economistas analisaram os prováveis rumos da taxa de câmbio, que tem grande influência sobre o agronegócio do algodão brasileiro, já que o Brasil se tornou, este ano, o maior exportador mundial da commodity, com embarques estimados de 2,8 milhões de toneladas de pluma, na safra 2023/2024.

Os participantes da plenária também abordaram
a desaceleração do crescimento da economia chinesa (Foto: Ascom/CBA)

André Nunes, do Sicredi, sinalizou que um Brasil com economia estabilizada, inflação sob controle e PIB crescente pode se tornar muito atrativo para investidores internacionais em busca de alternativas a mercados atualmente menos promissores.

- Investidores que em outro momento poderiam procurar o Leste Europeu, diante do conflito na Ucrânia, podem se interessar pelo Brasil como opção natural - afirmou.

Outro ponto destacado pelos economistas foi o possível impacto do resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, considerando o embate entre os partidos Republicano e Democrata. Segundo os especialistas, uma vitória dos republicanos com Donald Trump poderia acirrar a guerra comercial com a China, resultando em uma maior aproximação do Brasil com o país asiático.

- Mas devemos considerar que uma guerra comercial muito acirrada pode ter outros desdobramentos e ser muito prejudicial para a economia global - enfatizou Marcelo Rebelo, do Banco do Brasil.

Os participantes da plenária também abordaram a desaceleração do crescimento da economia chinesa, cujos índices, nas últimas duas décadas, tiveram enorme impacto nos mercados mundiais.

- Em 2023, o crescimento do consumo das famílias chinesas foi de 10%. Este ano, deve ficar em 6,5%, e a tendência para o próximo é de 5,5% -  observou Maurício Une, do Rabobank, lembrando que outros fatores devem ser considerados no cenário macroeconômico, como a questão ambiental.

- Não podemos esquecer o problema que a seca provocada pelo fenômeno El Niño causou no funcionamento do Canal do Panamá.

Em relação aos combustíveis, outro ponto com influência direta sobre o mercado do agronegócio, Pedro Fernandes, do Itaú, acredita que não devem ocorrer grandes flutuações.

- Mesmo com os conflitos no Oriente Médio, o valor do barril de petróleo não tem variado muito e acredito que deve se manter assim, dado o desaquecimento global da economia - argumentou.

Ao final, ao traçar suas perspectivas para o mercado do algodão brasileiro a curto e médio prazo, os representantes dos bancos apostaram em investimentos cautelosos, com um cenário focado na gestão de riscos para 2025. Estimam, contudo, que, se mantido o ritmo atual da economia, haverá grande estímulo ao crescimento do agronegócio e de outros setores.

Com informações da assessoria de comunicação do evento.

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