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CAMARÕES SUSTENTÁVEIS - Pesquisa do IP Apta pode revolucionar a carcinicultura em águas continentais

CAMARÕES SUSTENTÁVEIS - Pesquisa do IP Apta pode revolucionar a carcinicultura em águas continentais

Data de Publicação: 21 de fevereiro de 2025 15:56:00 Instituto de Pesca realiza pesquisa inédita para produção de camarões em água salinizada, promovendo sustentabilidade e viabilidade econômica.

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O pesquisador do IP, Fábio Sussel, responsável pelo projeto
(Foto: Antônio Oliveira/Cerrado Rural Agro)

Da redação

O Instituto de Pesca (IP-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo está realizando uma pesquisa em colaboração com empresas privadas e com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). O projeto, intitulado “Viabilidade Técnica e Econômica da Produção de Camarão Marinho Longe do Mar”, visa possibilitar a criação de camarões em água salinizada em locais afastados do oceano, a quilômetros da costa, oferecendo uma alternativa sustentável e economicamente viável para os produtores aquícolas.

Diferente de experimentos realizados em aquários ou caixas d'água, a pesquisa ocorre em uma estrutura que simula as condições reais de cultivo, permitindo a análise do potencial produtivo, econômico e ambiental. Os estudos, realizados pelo IP em Jaguariúna, interior de São Paulo, estão desenvolvendo uma instalação projetada para a produção em larga escala de camarões. Quanto à sustentabilidade, o processo de produção utiliza água da chuva e não gera descarte para o meio ambiente.

Mas como é possível criar camarões tão distantes do mar? A resposta está na composição da água. O processo envolve a salinização artificial, empregando sais encontrados no ambiente marinho, como cloreto, sódio, cálcio, potássio, sulfato e magnésio. Contudo, a salinidade em si – medida em gramas de sal por litro de água – não é essencial. O camarão marinho necessita desses seis sais, mas não da salinidade específica do oceano, permitindo sua criação em regiões afastadas do litoral, desde que a qualidade da água seja rigorosamente controlada.

Desafio: alta produtividade

O grande diferencial do projeto não está apenas na salinização da água, mas também na densidade de estocagem – que é a quantidade de camarões criados por metro cúbico. Em baixas densidades, como 10 ou 50 camarões por metro cúbico, o cultivo é viável tecnicamente, mas inviável economicamente, devido à baixa produtividade. Para garantir a viabilidade econômica, é necessário operar com altas densidades. O pesquisador do IP, Fábio Sussel, responsável pelo projeto, utiliza até 300 camarões por metro cúbico. No entanto, conforme a densidade aumenta, os desafios do cultivo também crescem. Assim, o projeto busca equilibrar produtividade, sustentabilidade e rentabilidade, oferecendo orientações claras para os aquicultores.

Projeto comercial pioneiro em Jaguariúna,
interior de São Paulo (Foto: Antônio Oliveira)

Vantagens e perspectivas

Entre as vantagens do sistema, estão a possibilidade de produzir em áreas interiores, a redução da pressão sobre os ecossistemas costeiros e a ampliação das oportunidades econômicas para pequenos e médios produtores aquícolas. Além disso, o cultivo em ambiente controlado possibilita um manejo mais eficiente da qualidade da água e da alimentação, resultando em um produto final mais saudável e sustentável.

De acordo com Sussel, "o maior desafio está relacionado à convivência com alguns patógenos, especialmente em decorrência da alta densidade de camarões. No entanto, essa situação é semelhante à enfrentada em outros projetos e países, uma vez que a convivência com doenças é o principal desafio da carcinicultura mundial. Precisamos, então, estabelecer protocolos adequados que garantam um melhor equilíbrio do sistema”, conclui.

Fonte: IP/Apta, por Andressa Claudino.

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