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BRASIL PISCICULTOR (I)– Produção de peixes de cultivo cresce 3,1%, resultando na produção de 887,029 toneladas

BRASIL PISCICULTOR (I)– Produção de peixes de cultivo cresce 3,1%, resultando na produção de 887,029 toneladas

Data de Publicação: 29 de fevereiro de 2024 15:21:00 Dados da produção de peixes de cultivo em 2022 constam do Anuário PeixeBR 2024 da Piscicultura, lançado nesta quarta-feira, 29, na sede da Fiesp, na capital paulista. Entre as lideranças políticas e empresariais do setor, estava o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, que se mostrou bastante impressionado com o desafio da piscicultura brasileira

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Fotos: PeixeBR/Montagem: Cerrado Comunicação)

 

Por Antônio Oliveira

Em meio a uma diversidade de desafios enfrentados pelo setor, de alguma forma inibindo-o, a produção de peixes de cultivo (a chamada piscicultura) cresceu 3,1% em 2023, resultando na produção 887,029 mil toneladas. Em 2022, a produção foi de 860, 355 mil toneladas, que representou aumento de 2,3% sobre as 841.005 toneladas produzidas em 2021.355.

A tilápia segue líder com 65% da produção nacional de
peixe de cultivo (Foto: Divulgação)

A tilápia continua líder tanto em produção, quanto em exportação. Em 2023 os tilapicultores brasileiros produziram 579.080 toneladas da espécie, com crescimento de 5,28% em relação ao ano anterior. Assim, este peixe passa a representar 65,3% do total de peixes cultivados no Brasil. Vale lembrar que em 2022 a  piscicultura brasileira produziu 550.060 toneladas, 63,93% do total geral de peixes produzidos em cativeiro em todo o Brasil.

As exportações de tilápia e peixe nativos aumentaram 4% em valor, em 2023,  totalizando U$S 24,7 milhões. Em toneladas, houve queda de 20% (6.815 toneladas), aponta a Embrapa Pesca e Aquicultura a partir de dados do COMEXSTAT, do Ministério da Economia. Conforme o Anuário PeixeBR 2024, o mercado interno teve influência direta no menor crescimento das exportações.

-  A demanda por tilápia no mercado interno continuou aquecida, tornando a exportação menos atrativa devido aos preços elevados praticados no mercado brasileiro. Entre o terceiro trimestre de 2021 (início da coleta de dados pelo CEPEA/USP) até o último trimestre de 2023 o preço médio da tilápia no mercado interno aumentou 33,47%, passando de R$ 7,29/kg para R$ 9,73/kg. No mesmo período, o preço médio da tilápia inteira exportada aumentou apenas 7,33%, passando de US$ 2,18/kg para US$ 2,34/kg – revela a publicação.

O nativo tambaqui é o segundo peixe mais cultivado no Brasil
(Foto: Divulgação (Foto: Divulgação)

Nativos

O cultivo de nativos continua a mercê de melhores políticas públicas para o setor e de adaptação nas cozinhas brasileiras – residenciais e comerciais. Caso, por exemplo do tambaqui, do pirarucu, do pacu, entre outros com potencial comercial.

Conforme o Anuário Peixe BR 2024 da Piscicultura, foram produzidas, no ano passado, 263.479 toneladas de peixes nativos, produção 1,3% menor que a do ano passado que foi de 267.060 toneladas. Com este resultado o segmento teve um parcela de 29,7% da produção geral.

Franisco Medeiros, preidente da PeixeBR
(Foto: PeixeBR)

- Não se pode dizer que o resultado do cultivo de peixes nativos no ano passado foi positivo, mas também não foi tão negativo. O resultado foi impactado por problemas de fora da cadeia produtiva. Falta atenção maior das autoridades estaduais, que precisam priorizar essa atividade tão importante para as economias locais, além de gerar centenas de milhares de empregos. A questão ambiental é prioritária, assim como é necessário definir – e levar adiante – um modelo de negócios atrativo para o investimento da iniciativa privada. Os estados que estão nesse caminho apresentam melhor desempenho - considera  Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Os peixes nativos são criados, prioritariamente, na região Norte. Rondônia é o maior produtor (56.500 toneladas), porém teve queda em 2023 (-1,2%). Entre os 5 maiores produtores, somente Mato Grosso teve ligeiro aumento da produção. Além de Rondônia, Maranhão, Pará e Amazonas tiveram recuo, como mostra o quadro.

Lançamento

Estes e outro dados que vêm abaixo consta no Anuário PeixeBR 2024 da Piscicultura lançado na manhã desta quarta-feira 29, na sede da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Fiesp), pela Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR). O evento contou com várias lideranças da piscicultura brasileira; com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. O ministro ficou muito impressionado com os números apresentados, discorreu sobre seu empenho na Pasta que dirige para que tudo corra bem com a piscicultura – inclusive no processo de isenção da ração aquícola do PIS/COFINS e se colocou “sempre com as portas abertas” para os piscicultores, sobretudo a representante deles, a PeixeBR.

Por sua vez, o presidente da PeixeBR, Francisco Medeiros, detalhou os números apresentados, os desafios e as conquistas do setor, região por região. Leia mais detalhes destes pronunciamento em matérias seguintes.

 

Maiores produtores

O estado do Paraná continua líder na produção de peixes de cultivo. Cresceu 9,9% e continua tendo como cultura principal a tilápia. Conforme o Anuário PeixeBR, a produção paranaense foi de 213.300 toneladas, o que representa 24% da produção nacional. Este resultado, ainda conforme o Anuário PeixeBR, “não apenas consolidando a liderança entre os estados, mas amplia a distância em relação a São Paulo, o segundo colocado, cuja produção caiu 1,2%.

- O modelo cooperativista praticado no PR prova-se uma estratégia vencedora, assim como verificado em outras proteínas animais, como frangos e suínos. Além disso, os bons preços da tilápia durante o ano atraíram piscicultores independentes no estado – marca a publicação.

- Atrás de São Paulo está Minas Gerais – uma grata revelação no ano passado. Em seguida vem Rondônia,  a única alteração na lista dos 10 maiores produtores de peixes de cultivo, em 2023. Minas Gerais foi o estado com maior crescimento do cultivo (12,6%). Além de PR e MG, somente MT (4,9%), SC (3,3%) e PE (0,75%) cresceram no ano passado. Bahia manteve-se estável e MA (-2,3%), RO (-1,22%), SP (-1,2%) e MS (-1%) apresentaram ligeiras quedas no cultivo. Essa oscilação deve-se a questões de mercado e sanitárias, sendo que alguns estados receberam maior ou menor impacto dos desafios enfrentados pela atividade em 2023 – esclarece o Anuário.

Nota da redação: matéria seriada, sendo esta a primeira da série.

 

 

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