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AQUISHOW BRASIL – ENTREVISTA: Presidente da PeixeMG, Jorge Vieira, revela os segredos do crescimento da aquicultura em Minas Gerais

AQUISHOW BRASIL – ENTREVISTA: Presidente da PeixeMG, Jorge Vieira, revela os segredos do crescimento da aquicultura em Minas Gerais

Data de Publicação: 22 de maio de 2024 18:51:00 Em entrevista exclusiva ao repórter Antônio Oliveira, na Aquishow Brasil 2024, Jorge Vieira, presidente da PeixeBR, discute a revolução na piscicultura mineira após a criação da PeixeMG. Vieira aponta o crescimento robusto do setor, os gargalos enfrentados, como o licenciamento ambiental, e o apoio fundamental do governo estadual. Ele também enfatiza a importância das feiras para a troca de conhecimentos e a promoção da aquicultura. Minas é um dos estados presentes na Aquishow Brasil 2024

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Por Antônio Oliveira

Nesta entrevista exclusiva, o jornalista Antônio Oliveira conversa com Jorge Vieira, presidente da PeixeBR e piscicultor com ampla experiência na genética de tilápia. A entrevista foi realizada durante a Aquishow Brasil 2024, em São José do Rio Preto (SP), que teve início nesta segunda-feira, 20, e prossegue até a próxima quinta-feira, 23, onde Antônio foi convidado por Vieira para conhecer o desenvolvimento da aquicultura de Minas Gerais. A conversa aborda o panorama atual da piscicultura em Minas, os desafios enfrentados, as oportunidades de crescimento e a importância das feiras e eventos para o setor. Jorge Vieira destaca a revolução na piscicultura mineira após a criação da PeixeMG e os esforços contínuos para superar gargalos e impulsionar a produção local.

Segue a entrevista.

 

Jorge Vieira, presidente da PeixeMG (Foto: Antônio Oliveira)

- Presidente, a aquicultura em Minas Gerais, principalmente a piscicultura, teve uma revolução. A gente pode dizer que um antes e um depois, após a criação da PeixeMG (Associação dos Aquicultores e Empresas Especializadas do Estado de Minas Gerais. Qual é o atual panorama da piscicultura em Minas Gerais?

- Obrigado, Antônio, pela sua presença. Minas, hoje, é o estado que mais cresce em aquicultura. Nós crescemos, na média, 13% no ano passado. E, realmente, até secretários de outros estados me procuraram aqui na Aquishow para saber qual é o milagre de Minas que está com esse crescimento, com essa pujança e se desenvolvendo...  

 

- E qual é esse milagre?

- Bom. Primeiro, Minas tem um potencial enorme. Nós temos gargalos ainda, como a questão do licenciamento ambiental. Mas nós temos apoio grande do Governo (do Estado de Minas Gerais) hoje, principalmente, na pessoa do subsecretário de Política e Economia Agropecuária, Caio Cesar Coimbra, que viu o setor como uma grande cadeia do agronegócio e está nos apoiando muito. Então, hoje, o Governo reconhece a PeixeMG como a representação de todo o setor em Minas. E isso está construindo uma rede de confiança entre os produtores e o Governo, entre todos os stakeholders que favorece o crescimento do setor. Mas, não vou mentir, nós temos muitos gargalos a serem resolvidos ainda. Contudo, com todo o potencial de Minas, que tem bacias hidrográficas fantásticas, nós estamos com cinco regionais, hoje,  em Minas. Já estamos com tilapicultura em três principais polos, que é Morada Nova de Minas e Três Marias, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e Furnas. Hoje, se considerar, realmente, as estatísticas, nós poderíamos até ser o segundo maior produtor nacional de peixes de cultivo (o Estado é o 3º, conforme o Anuário 2024 PeixeBR). E, pelas projeções de crescimento de outros estados, Minas pode passar São Paulo em 2026.

- Como é que está a questão da verticalização da piscicultura lá no Estado?

- Infelizmente, nós não temos muitos projetos verticalizados ainda, por conta da dificuldade de licenciamento, da burocracia. Você conhece bem esses gargalos. Mas a gente está querendo alterar isso, estamos com grandes avanços e queremos buscar empresas que verticalizem a piscicultura em Minas. O estado tem essa vantagem de oferecer clima propício para o cultivo de truta.  Minas é o maior produtor de trutas do Brasil. Nós produzimos mais de 80% da truta brasileira. Nós estamos na Mantiqueira (com cultivo de trutas), divisa com São Paulo. Então, até o maior produtor de trutas do Brasil é nosso associado. Nós temos uma diversidade muito grande. Além da truta, nós temos também o maior polo da América Latina de peixe ornamental. E o segundo do mundo. Nós só perdemos, se Minas Gerais fosse um país, nós só perdemos, hoje, no mundo, apenas para o Vietnã. Então, é um impacto e eu quero aqui lhe fazer um convite para visitar essas outras realidades de Minas. Quando a gente fala de aquicultura em Minas, não falamos apenas de tilápia, de peixe nativo. Mas a gente fala de peixes ornamentais, de truticultura, que coloca Minas como líder de produção nacional e mundial e que muita gente não conhece. Eu mesmo,  até assumir a presidência da PeixeBR, não tinha conhecimento profundo dessas outras culturas,  desses outros setores da aquicultura.

 

- Em termos de produção, o que predomina em Minas, micro, pequeno, médio ou grande produtor?

- Depende da região e o tipo de piscicultura, aquicultura que se pratica. Hoje, nós não temos muitos projetos grandes. Então, a cultura predominante é a tilapicultura de pequenas, e médias empresas. Já no cultivo de peixes ornamentais são pequenos produtores que complementam sua renda com a atividade de piscicultura ornamental. Então,  é muito interessante. De repente você chega numa fazenda na Zona da Mata, um sítio, tem produção de café, agricultura familiar, tem o terreiro de café, a lavoura de café e do lado do terreiro de café, às vezes, tem um, dois, três tanquinhos onde se produzem peixes ornamentais. Tem, também,  piscicultores que têm 300, 400 tanques. Obviamente, os tanques são menores, mas predominam  nessa região, pequenos produtores. Em termos de truta, também.

 

Estande da PeixeBR na Aquishow Brasil 2024 (Foto: Antônio Oliveira)

- Alevinos e juvenis e a genética da tilápia e de peixes redondos saem de onde para vocês?

- Nós temos vários produtores de alevinos (de tilápia e ornamentais) em Minas e a genética dos peixes ornamentais são ofertados pela Zona da Mata. Da truta também. Alguma coisa, às veze, se trás de fora. Mas existe a genética que já está introduzida no Brasil, há muitos anos, vem, por exemplo, do Tocantins (peixes nativos). Então, Minas tanto importa quanto exporta alevinos de tilápia.

 

- O mercado externo já é uma realidade para a piscicultura em Minas Gerais?

- Não é uma realidade, mas está no radar, como toda produção que vai crescendo. O setor de ornamental já exporta há muito tempo. Mas, hoje, existem algumas dificuldades em questão de regulamentação do Ibama, de algumas espécies de ornamentais. Então, com certeza, é uma oportunidade para o setor ornamental e para a tilápia também.

 

- Presidente, qual a importância de feiras como essa para o desenvolvimento da piscicultura do Brasil e, no seu caso, de Minas Gerais?

- É fundamental.  É integração  é  ver outras realidades, trocar  conhecimentos. A cadeia produtiva gira em torno de todo o setor. Então, desde o alevino, da fábrica de ração, do processamento, da distribuição, nós encontramos aqui. Assim, essa conexão, além das palestras técnicas que são brilhantes na área de sanidade, na área de genética, na área de sustentabilidade, como nós acabamos de participar de uma, e até de buscar investidores para conhecer o setor. A Aquishow faz este papel. E eu gostaria também de fazer o convite para que as pessoas divulguem e participem do Circuito PeixeMG, que é uma ação inovadora, onde a gente vai fazer o circuito percorrendo Minas Gerais toda, envolvendo escolas, crianças, que vão ser os futuros consumidores de proteína do pescado. Onde a gente vai falar na parte da manhã, nas escolas, sobre as qualidades da tilápia, da truta e outros pescados.

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Este site é Media partner da Aquishow Brasil 2024

 

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